terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A Pedagogia da Tragédia

     A pedagogia é a arte de ensinar, matéria relacionada a educação, todos somos um pouco pedagogo, na parte de passar algum conhecimento para seus filhos, parentes, amigos, colegas de trabalho, etc... Essa arte requer alguma proeza, que alguns detêm com maior facilidade que outros, até aí tudo bem, o maior problema é que devido a anos de um modo de ensinar, tanto no viés doutrinário e ideológico, vemos cada vez mais pessoas com dificuldade de aprender, seja nos assuntos mais banais do cotidiano. Existem algumas formas de aprendizado, escrevo agora sobre o modo prático da coisa, como o método visual, auditivo, por comparação... Em fim, uma série de estudos nos mostra isso.

     Venho aqui para falar de um específico e que se faz presente na maioria dos casos de maiores proporções e que seus efeitos geralmente são sentidos não pelo próprio praticante mais às vezes, por uma comunidade inteira. Esse seria o caso do incêndio na boate Kiss em Santa Maria/RS.

     Agora, depois do ocorrido, com maior serenidade, conseguimos visualizar as proporções e diagnosticar algumas coisas sobre o fato em si. Depois do ocorrido todos sabem, dão palpites, aparecem especialistas, fazem conjecturas hipotéticas de como deveria ser e fazer numa situação de tamanha expressão, querendo arranjar culpados para servirem de exemplos, uma busca incansável dos órgãos, que antes eram para terem prevenido o ocorrido, agora são as vestais da ética e funcionalidade. Desculpem, mas não dá para não achar patético e um quanto irônico a revolta de todos envolvidos em crucificar alguém, quando o verdadeiro e único culpado é exatamente o órgão público que liberou o alvará para o funcionamento da casa noturna.

     Não podemos exigir dos jovens que lá estavam, o treinamento para tal situação, ou então para a banda que já haviam de fazer shows naquela casa uma vez por mês no mínimo, não usasse tal artifício pirotécnico, ou quem sabe o dono da boate, que não colocou a favor da casa o que era para ser colocado (se o alvará fosse feito de maneira profissional), pois o que percebemos e fica claro que, apesar dos altos impostos pagos por todos os contribuintes, também não podemos exigir que um administrador público tenha um currículo exemplar, entenda do seu ofício, como é em qualquer estabelecimento comercial que ofereça oportunidade de trabalho, pois qualquer bosta que não tem qualificação nenhuma pode exercer tal função, não conseguimos receber em troca o valor desses impostos em benefícios, percebemos que a máquina pública, fazendo uma comparação, é como um elefante, um grande paquiderme que só caminha com cutucões, solavancos e porradas; porradas essas às custas de centenas de vidas ceifadas na sua juventude, e sempre com as mesmas desculpas vão levando a boiada que paga seus salários para a cova, será que temos pouco efetivo de funcionários públicos para fiscalizarem toda e qualquer obra, estabelecimento comercial, praças, escolas, avenidas? Parece que falta efetivo nos gabinetes dos políticos, pois lá cada vez tem mais cargos à disposição e menos coisa a se fazer. Assim caminha a máquina pública, sem pessoas capacitadas a exercer suas funções, colocando a culpa de tudo em qualquer bode ou boi, que seja arremessado no rio.

     Agora nos parece que as devidas providências serão colocadas em prática, a legislação será mais dura, todas as casas noturnas serão avaliadas e toda aquela conversa mole que já estamos saturados aparecerá, infelizmente até a próxima tragédia.



Rodrigo Gresele – 29/01/2013

Um comentário:

  1. O NOME DO LIVRO QUE PERGUNTOU NO SITE DO JORNALISTA POLIPIO PROVAVELMENTE TEM COMO TITULO:

    "A GURRILHEIRA - MISTERIOS E MORTES NA ILHA DO PRESIDIO" DE INDIO BRUM VARGAS

    DEVE SER ESTE, ESPERO TER ACERTADO.

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